Arquiteta, fisioterapeuta, servidor público: muitas pessoas deixaram (ou perderam) o emprego que conheciam e foram se aventurar na tecnologia, onde sobram vagas e o salário é bom.

Carolina Coelho, 33 anos, trocou a carreira de arquiteta pela de designer UX e é estagiária
Carolina Coelho, 33 anos, trocou a carreira de arquiteta pela de designer UX e é estagiária — Foto: Arquivo pessoal

Não foi a admiração por Steve Jobs ou Mark Zuckerberg que levou Josiane Santiago a trocar a fisioterapia pela tecnologia da informação (TI). Foi a necessidade: a mudança radical aconteceu depois dos 50 anos, quando ficou desempregada.

Eu ganhava o piso salarial (como fisioterapeuta). Depois que eu saí dessa empresa eu não consegui mais emprego onde eu ganhasse isso, conta Josiane. Primeiro, ela tentou vender marmitas para fazer alguma renda. Depois, decidiu se espelhar nos irmãos, que já trabalhavam com TI.

Vídeo monstra exemplos de pessoas reais que mudaram de carreira.


Não foi fácil, eu era uma usuária básica, usava o computador para mandar um e-mail, fazer um texto no Word... Nunca tinha codado uma linha. Várias vezes saí da sala para chorar porque não estava entendendo nada. Era a mais velha, recorda. Mas fiz o meu projetinho de conclusão, me formei e deu bom.

Aos 52 anos, ela decidiu voltar à sala de aula e conseguiu o primeiro emprego como analista de sistemas júnior e seguiu estudando.

Full-stack é o nome dado ao programador que pode atuar tanto como back-end, que é a parte de programação do site que o usuário não vê, quanto como front-end, que é tudo o que é visual, ou como desenvolvedor mobile.

Carolina Coelho, 33 anos, trocou a carreira de arquiteta pela de designer UX e é estagiária
Josiane Santiago aprendeu a programar depois dos 50 anos na Reprograma, que oferece oportunidades para mulheres que não têm condição de pagar por cursos — Foto: Arquivo pessoal

Em 2020, surgiu uma nova oportunidade por meio da EducAfro, consultoria especialista em diversidade étnico-racial. De 1.200 candidatos, 20 foram selecionados para trabalhar em uma multinacional brasileira de soluções digitais, a CI&T incluindo Josiane.

Satisfeita, ela diz que está perto de se tornar analista plena. E a carreira anterior não foi esquecida.


Aprendi muita coisa lidando com o público (com a fisioterapia): como me expressar, como me comunicar, como conseguir alcançar o objetivo, sendo clara. Tudo o que você aprendeu na sua vida vai te ajudar na sua transição de carreira, ensina.

Conheça abaixo outras histórias de quem migrou para TI:

Criou "site feio" e se apaixonou

Carolina Coelho, 33 anos, trocou a carreira de arquiteta pela de designer UX e é estagiária
Josiane Santiago aprendeu a programar depois dos 50 anos na Reprograma, que oferece oportunidades para mulheres que não têm condição de pagar por cursos — Foto: Arquivo pessoal

Luana Tenguan tem uma trajetória bem diferente de Josiane. Aos 21 anos, está no último ano de gestão comercial. Mas não pretende praticar a profissão que aprendeu na faculdade. A universitária diz que se apaixonou por acaso pela programação.

Durante a faculdade, eu comecei a fazer bordados e criei um site para facilitar a venda. Mas pense em um site feio. Depois que conheci o HTML e o CSS, meus olhos brilharam e eu pensei é isso que eu quero fazer, conta a estudante.

Luana decidiu mirar na área de desenvolvimento web – uma das mais aquecidas para quem está começando no setor de tecnologia. O que a atraiu? "O fato de eu poder resolver um problema e, por meio do meu trabalho, impactar a vida de milhares de pessoas", afirma.

No ano passado, ela participou de um processo seletivo de um curso na escola Digital House, em parceria com a Porto Seguro. O programa é moldado para que a empresa do mercado de seguros treine futuros colaboradores. Os formados participam de uma entrevista final e, se passam, são contratados.

O setor de tecnologia é considerada umas das melhores carreiras do mundo.

Com esse emprego em vista, Luana quer terminar a faculdade e aumentar seus conhecimentos na área com cursos livres.

Ganha 70% a mais do que no banco

A possibilidade de trabalhar de casa e ter mais autonomia nas funções motivou Juliana Pedroso a trocar a experiência na área administrativa, com passagens por bancos como Santander e Itaú, pela carreira de desenvolvedora front-end (que cuida da parte visual dos sites e apps).

Juliana Pedroso, 29 anos, se diz realizada com a carreira como front-end
Juliana Pedroso, 29 anos, se diz realizada com a carreira como front-end — Foto: Arquivo pessoal
Eu percebi que [a administração] ainda tinha processos bem burocráticos. Projetos precisavam passar por várias áreas para serem aprovados, em um formato hierárquico que não fazia sentido para mim. E eu queria ter algumas facilidades que o home office oferece hoje, conta Juliana.

A ex-assistente administrativa começou a estudar programação no fim de 2020 por conta própria. Sentiu falta de uma bagagem maior e ingressou em um curso de desenvolvedor com duração de seis meses.

Descubra como pessoas comuns estão mudando de vida aprendendo a programar.

Sem dinheiro para investir em uma nova carreira, Juliana conta que começou o curso online.

Em menos de um ano, a aspirante a programadora conseguiu uma vaga como trainee e, em seguida, a primeira colocação como "dev" – apelido dado aos desenvolvedores no mercado.

Atuando como front-end júnior desde agosto de 2021, ela já passou por três empregos e diz ganhar cerca de 70% a mais do que na época em que trabalhava nos bancos.

Segundo Juliana, o motivo para a intensa troca de empregos foi a falta de identificação com as empresas. Agora, se diz realizada, trabalhando de forma remota para uma companhia de Curitiba e vivendo em Guaratinguetá (SP).

Estagiária aos 33 anos

Para Carolina Coelho, de 33 anos, a mudança de carreira também está ligada com a vida no interior. Depois de sete anos prestando serviços como arquiteta urbanista autônoma, ela estava insatisfeita.

O setor de tecnologia possui salários iniciais entre R$ 2.500 e R$ 3.500


No começo da pandemia, ela e o marido trocaram a metrópole Belo Horizonte pela pacata cidade de Gonçalves, no sul de Minas Gerais, em busca de uma vida mais saudável. E a mudança de área veio na sequência.

Carolina Coelho, 33 anos, trocou a arquitetura pelo design de UX
Carolina Coelho, 33 anos, trocou a arquitetura pelo design de UX — Foto: Arquivo Pessoal

Carolina já acompanhava o mercado de tecnologia há, praticamente, dez anos por conta do marido, que é engenheiro de software. E resolveu que poderia ser mais feliz trabalhando como designer de experiência do usuário ou UX, na sigla em inglês. Como tinha alguma referência de design, achei que a transição seria mais confortável, explica.

Foi uma grata surpresa porque percebi que a minha experiência como arquiteta seria interessante. Lidar com os usuários e entender as necessidades deles para projetar uma experiência adequada é o que eu já fazia.

Nesse processo, optou por um curso de sete meses que oferecia parte das aulas ao vivo e mentorias com profissionais do mercado. Depois de cerca de três meses de aulas, Carolina conseguiu um estágio na área e atualmente trabalha para uma marca de maquiagens naturais.

O recomeço é visto por ela com naturalidade. Sei que estou investindo tanto no curso quanto no estágio, com um retorno financeiro menor do que eu ganhava antes.

Ela incentiva quem pensa em migrar a trocar ideias com quem já esteja na área. No mercado de tecnologia não falta gente disponível para ajudar. Essa é a maior diferença em relação ao mercado de arquitetura, afirma Carolina.

Do serviço público para a robótica

Ronaldo Francisco dos Santos, de 34 anos
Ronaldo Francisco dos Santos, de 34 anos — Foto: Arquivo Pessoal

A comunidade de TI também abraçou Ronaldo Francisco dos Santos, de 34 anos. Ele trabalhou 8 anos com gestão portuária e, mesmo com a experiência e ensino superior na área, decidiu se tornar servidor público.

A carreira de programador não exige nível superior, melhor do que concurso.

Depois de três anos na Secretaria de Educação de Taboão da Serra (SP), ele percebeu que não era o que queria. Incentivado por amigos que trabalham com tecnologia, se inscreveu em um curso de seis meses de programação, passou a conversar com profissionais da área e viu que estava no caminho certo.

Antes mesmo do curso, entrei em contato com a comunidade de programadores pelas redes sociais. Eles são muito dispostos a ajudarem em tudo. Valeu muito a pena: todos são unidos, é algo fora do comum , recomenda.

Em janeiro deste ano, Ronaldo resolveu deixar de ser funcionário público. Fui com a cara e coragem buscar novos empregos. Fiz um processo seletivo para ser suporte técnico. Eles deram uma prova para demonstrar conhecimento da área tecnológica e algumas linguagens foram colocadas para resolver problemas. Deu certo e entrei, conta.

Outra oportunidade apareceu pouco tempo depois: uma vaga para desenvolvedor júnior em uma empresa de robótica. Atraído por ser no modo home office e com horário flexível, Ronaldo se inscreveu, foi aprovado e está no cargo há três meses.

Para ele, o segredo para o sucesso em TI é ter em mente que a área serve para resolver problemas e exige se manter atualizado.

São mais de 200 mil vagas abertas para o setor de tecnologia no Brasil.

Dependendo da linguagem com que se está trabalhando, ela evolui demais. No início, entendê-las foi uma dificuldade. Então, para quem não quer o estudo frequente, não é uma área boa. Tudo evolui e você não consegue se manter atualizado com o que aprendeu em um curso. Tem que estar buscando sempre, resume.

Para Ronaldo, uma das dificuldades para quem quer investir no mundo da tecnologia é a falta de base.

Você não tem prévia na escola, nem na faculdade sobre o assunto. Mesmo eu optando por uma área portuária na graduação, que tem muita logística, eu não tive incentivo de ter raciocínio lógico e de programação. E eu sei que no Porto de Santos é algo que está sendo algo muito utilizado.

Gladstone Matos, CEO da DevMedia conta sua história com a programação e manda um recado para o Brasil.

Já pensou em se tornar um Programador(a)?

Na DevMedia o usuário tem à disposição mais de 40 guias de estudos organizados nas tecnologias mais exigidas atualmente pelo mercado. Além de um suporte em tempo real para tirar qualquer dúvidas dos alunos.Mesmo pra quem nunca programou na vida, com um pouco de dedicação diária é possível se tornar um programador em menos de 6 meses de estudo. Estima o CEO da plataforma.

Além dos cursos, em formato de artigos e video-aulas, a DevMedia também possui mais de 5000 exercícios para ajudar a fixar o conhecimento. Todos os exercícios são gamificados, os usuários são recompensados com pontos e medalhas pelas tarefas acertados e participam de um ranking dentro da Plataforma para motivar e deixar o estudo mais descontraído.

27 Comentários

Luisa Maria

Luisa Maria

, às 8:00 am Responder

Área de TI envolve muitos campos de atuação como programação, trabalhar com redes, banco de dados e outros. Eu cheguei a começar um curso quando estava desempregada, pois sempre há vagas na área. Porém não era para mim, não consegui passar do primeiro ano, achei complicado e não conseguia entender a lógica da programação e desisti. Mas parabéns para quem segue em frente e se profissionaliza na área, independente da idade. Claro que quem está nos 20 está com a cabeça mais fresca, tem gente que já mexe com informática desde a adolescencia, então é mais fácil, mas tem outros que se descobrem profissionalmente mais tarde e para TI sempre há espaço, até para os mais velhos, basta ser bom no que faz.

Carlos Henrique Massa

Carlos Henrique Massa

, às 8:56 am Responder

Não conheço nenhum profissional de TI que esteja desempregado, e os salários geralmente são bons mesmo. Por isso, parem de fazer Direito, porque o mercado já está super saturado, e vão fazer TI!!

Marina Santana

Marina Santana

, às 9:01 am Responder

Eu sai de um escritório contábil para trabalhar com implantação de sistema e cada dia estou aprendendo um pouco. É uma área muito ampla, vale a pena.

Efigênia Felipe

Efigênia Felipe

, às 10:05 am Responder

E tem muita vaga de emprego na Alemanha para esses profissionais , e não precisa falar alemão. Sabendo inglês e suficiente.

Michelly Gehlen

Michelly Gehlen

, às 10:13 am Responder

Não se iludam...

Leandro dias

Leandro dias

, às 11:35 am Responder

Sobre a devmedia, acho incrivel as trilhas de estudo que ajuda você a se manter focado, contudo acredito que a plataforma poderia criar grupos com alunos que já estejam na plataforma para compartilha-mos uns com outros, emais bonos para motivar os alunos, e desafios com hanckrank para os estudantes notarem suas evoluções e o que é preciso focar mais, ou até mesmo competições em grupos de alunos.

André Bonim

André Bonim

, às 11:45 am Responder

bem vindos ao mundo do "na minha máquina funciona!"

Raquel Maria

Raquel Maria

, às 12:33 pm Responder

Eu estou com 50 anos , passo metade do dia procurando onde deixei os óculos e a outra metade onde deixei o celular.😒

Luiz Fabiano

Luiz Fabiano

, às 12:54 pm Responder

Eu tenho 27 anos to querendo aprender

Amanda Oliveira

Amanda Oliveira

, às 1:54 pm Responder

E eu que sou estagiaria aos 30 e nem troquei de carreira pra TI kkkkkk

Joyce Florencio

Joyce Florencio

, às 2:25 pm Responder

Com diploma já é difícil, imagina sem.

Elis Regina Silva Costa

Elis Regina Silva Costa

, às 2:36 am Responder

@Joyce Florencio mas para trabalhar com programação, realmente não é necessário.

Edson Luiz Silvestre

Edson Luiz Silvestre

, às 3:20 pm Responder

A melhor profissão? Medicina.
A mais procurada? Pelas empresas pode ser a de TI.

Adalberto Tavares

Adalberto Tavares

, às 3:54 pm Responder

@Edson Luiz Silvestre mas até a medicina já está um pouco em pequeno declínio, pelo fato da grande quantidade de pessoas que está sendo lançada no mercado, ano pós ano.

José Benedito Silva

José Benedito Silva

, às 5:22 pm Responder

A situações que nem a ciência consegue explicar, a pessoas que não passam em concurso e não conseguem estudar, e acaba dando emprego aos considerados gênios, resumo Deus é perfeito.

Edevaldo Rodrigues Goes

Edevaldo Rodrigues Goes

, às 6:14 pm Responder

Trabalho em carga de 30 horas semanais. Unidade estadual, mas concordo que esse curso é essencial!

Nabor Pereira

Nabor Pereira

, às 7:09 pm Responder

Profissão, não é sinônimo de formado em faculdade, tem muitos com diplomas e na vdd não possuem profissão. Uma PROFISSÃO se forma ao longo do tempo, estagiando, trabalhando e estudando ao mesmo tempo, se educando e após muitos anos nesse esquema se torna um Profissional, e, sempre terá muito a aprender.

Beto Souza

Beto Souza

, às 8:46 pm Responder

Esse salário e sem diploma pensei que fosse pra políticos kkkk

Ronaldo Paula

Ronaldo Paula

, às 9:24 pm Responder

Oi estou iniciando o curso, programação em Pyton 3. Terias uma oportunidade pra mim, preciso muito dum salário. Poderá ser até uns dois salários míninos

Joyce Florencio

Joyce Florencio

, às 11:58 pm Responder

Se nem com diploma se consegue um emprego, imagina sem.

Marlene Castro

Marlene Castro

, às 12:24 pm Responder

@Joyce Florencio diploma nao garante emptego, estamos vivendo momentos dificies, muitas profissoes estao desaparecendo. Conheco pessoas com mestrado e geaduada e esta desemprega. Fiz uma pesquesa na Faculdade com p Tema Adeus ao Trabalho. Muitos jovens nem conseguirao arrumar trabalho. Esta ficando escasso. E uma realidade. Sou formada em Servico Social e Tecnico de secretariado. E trabalho em vendas. A realidade e essa.

Gabriel dos Santos

Gabriel dos Santos

, às 2:25 am Responder

Sou aluno da DevMedia, muito bom o curso, o material muito bem explicado da para entender muito bem, só poderia melhor mais ainda nos exercícios, pois quando erramos não temos como saber onde foi o erro, seria bom nesse caso a resposta correta com explicação, assim saberíamos onde podemos consertar, sendo assim quando eu erro um exercício fico na dúvida onde errei e tenho que pedir auxílio, porém é um comentário construtivo, para que fique perfeito.

Ciça Moniz

Ciça Moniz

, às 9:02 am Responder

Vão estudar e adquirir uma profissão e não só em pensar em soluções rapidas de ganhar dinheiro! Por isso que essa sociedade está uma droga , cheia de incompetentes ocupando cargos sem saber droga nenhuma!

Isabel Guimaraes

Isabel Guimaraes

, às 9:21 am Responder

Leiam com atenção

Ana Paula Alves

Ana Paula Alves

, às 10:14 am Responder

mais é vdd pq vi em outra página falando sobre áreas novas que estão sendo criadas devido a mudanças no mundo,estamos vivendo situações diferentes já não é o mesmo cenário de 2 anos atrás, principalmente na área digital, tava até vendo cursos aqui pra fazer cursos de computação avançada mais estão bem caros aqui onde eu moro,parece que o mercado de trabalho vai começar a procurar profissionais nesta área eu vou começar a investir em cursos bons para conseguir emprego com um salário melhor 😉

Vitória Silvas

Vitória Silva

, às 11:59 am Responder

Essa área pega jovens aprendiz?

Elane Pereira Silva

Elane Pereira Silva

, às 12:16 pm Responder

Onde é o curso?

Deusa Veras

Deusa Veras

, às 12:49 am Responder

Salario de programador é o dobro

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