Existe uma grande chance de colapso nas áreas de TI e Inovação no período pós-pandemia
O que era minha percepção está se mostrando realidade. Existe uma grande chance de colapso nas áreas de TI e Inovação no período pós-pandemia — e não pela falta de vagas, mas sim pela falta de mão de obra qualificada.
Em um país com cerca de 14 milhões de desempregados, alguns setores estão sofrendo um apagão de mão de obra, e a área de TI é uma delas. Já tem alguns anos que a quantidade de pessoas que se capacitam é menor que o número de vagas abertas na área de TI no Brasil.
São mais de 200 mil vagas no setor de tecnologia.
Cerca de 3 anos atrás, o número de vagas em aberto no setor era de 100 mil, e este número chegará perto de 200 mil ainda em 2021. E a cada ano esse déficit tem aumentado em cerca de 30 a 40 mil vagas. Estima-se que, em 2024, serão cerca de 300 mil vagas em aberto.
Já a área de inovação, por se tratar de uma carreira nova que exige uma qualificação ampla, mais moderna e diferenciada, está em processo de formação de um corpo de profissionais dedicados a isso. Os primeiros profissionais dedicados a esta área estão chegando no mercado agora, são poucos, e já são amplamente disputados pelas empresas.
E o que a pandemia tem a ver com isso?
A pandemia acelerou esse cenário, aumentando a demanda por profissionais da área de TI e inovação, uma vez que forçou a grande maioria das empresas a se adaptarem ao universo digital e ao home-office, além de ter sido o empurrão que faltava para que essas empresas iniciassem a já atrasada Transformação Digital em seus processos e serviços.
Além disso, na “Pesquisa BRAngels/HSM-LearningVillage/FirstCom Cenário Econômico Pós-Vacina: o que podemos esperar dos negócios?”, que entrevistou 320 empresários de diversos setores e divulgada no dia 07/04, 56% das empresas sinalizaram que ampliarão os investimentos em TI e 25% delas em inovação.
Programadores possuem uma das melhores médias salariais no primeiro emprego
E para compor a tríade do colapso da área de tecnologia e inovação, esta pesquisa também sinalizou que cerca de 37% dos empresários estão dispostos a investir em Venture Capital e 47% em fazer investimentos-Anjo no Pós-Pandemia.
Segundo Orlando Cintra, CEO do BR Angels: Nos surpreendeu, particularmente, o grande interesse pelo investimento-anjo e os fundos de venture capital, uma clara demonstração que os executivos do alto escalão estão cada
vez mais preocupados com o desafio de se conectar com a inovação. A tendência é vermos uma escalada de investimentos em startups e negócios disruptivos para manter a competitividade em um novo mercado no qual já não cabe
atuar com velhos modelos que se tornaram totalmente obsoletos, especialmente depois da pandemia
.
Mas o que tudo isso significa?
Se, por um lado, temos uma quantidade significativa de empresas pretendendo aumentar seus investimentos nas áreas de TI e Inovação (e muitos executivos decididos a investir dinheiro em startups e novos negócios), do outro lado há um crescente aumento da falta de mão de obra nestes setores.
A melhor média salarial sem precisar de nível superior
Isso significa que os profissionais dessa área estão sendo amplamente disputados pelas empresas, o que infla seus salários e, ao mesmo tempo, aumenta a pressão e a cobrança por resultados e performance. Reynaldo Gama, CEO da
HSM Educação, me disse durante uma conversa: enquanto não resolvermos esse problema, as empresas ficarão brincando de rouba-monte entre elas
.
E esse ciclo coloca os profissionais da área frente a desafios, responsabilidades e projetos de forma precoce e gerando um grande aumento na expectativa de crescimento profissional. Eu costumo dizer, por exemplo, que há muitos profissionais na área de programação que estão em um nível Júnior de conhecimento, ganham como Pleno e pensam que são Sênior, o que demonstra um pouco das distorções que vêm acontecendo por conta desse apagão.
E, para complementar, esse cenário potencializa o desenvolvimento de sistemas com alto grau de problemas e bugs, e um número crescente de profissionais da área com estafa física e mental extremas, o que aumenta ainda mais a seriedade desse apagão.
E como podemos solucionar esse apagão de mão de obra?
A solução para o médio e longo prazo é investir em capacitação de novos profissionais para o setor, mas não há milagres”. Reynaldo Gama, CEO da HSM Educação.
E eu concordo com ele, pois, apesar de estes setores não exigirem formação acadêmica específica (como é o caso de médicos, engenheiros e outras carreiras), é necessário possuir habilidades e capacidades bem específicas, como a facilidade de acompanhar e desenvolver raciocínios lógicos, alto poder de abstração e conexão de ideias, afinidade com análise de dados e capacidade de compreender e criar processos eficientes, entre outros.
Homeoffice: Chega de perder horas no trânsito
E esses fatores infelizmente são grandes barreiras para a entrada rápida de profissionais nas áreas de TI e inovação. Afinal, não é na faculdade que desenvolveremos essas habilidades, e sim ao longo de anos, muitas vezes sendo trabalhadas desde crianças, sem percebermos, e se tornam parte de nossa essência como pessoas (é o que Reynaldo Gama chama de ”Essential Skills”). Assim, seja por questão de falta de afinidade ou por dificuldade, há enorme evasão e déficit de profissionais na área.
Então, para o curto prazo, o que pode ser feito?
A curto prazo, o apagão de mão de obra nas áreas de TI e inovação não será resolvido. Será necessário conviver com este cenário por alguns anos.
Para passar por esse período com êxito, as empresas precisam capacitar e potencializar os profissionais que já estão dentro de seus quadros. Isso significa investir em treinamentos e planos de carreira, mas principalmente na elaboração de ambientes com uma abordagem mais humana, centrada nas pessoas. É necessário que se respeite e valorize a diversidade, que existam lideranças genuinamente preocupadas e interessadas nas pessoas e que saibam identificar e potencializar o que cada um tem de melhor, que o propósito da empresa vá além do quadro na parede e esteja alinhado com os interesses e valores de seus colaboradores. Essa abordagem tende a diminuir o turnover de profissionais, reduzir o nível de fadiga do time, garantir um desenvolvimento tecnológico mais confiável e robusto, e de quebra poderá proporcionar a contratação de novos colaboradores através de indicações vindas do time. E assim a empresa gera um maior grau de envolvimento, confiança e comprometimento dentro do grupo”. Reynaldo Gama, CEO DA HSM Educação.
Penso que a década que estamos iniciando será um enorme desafio para o desenvolvimento tecnológico no Brasil, mas também uma grande oportunidade de nos reinventarmos e formarmos as novas gerações já sob novos paradigmas, preparados para enfrentarem e se divertirem com os desafios que estão por vir nesta era de revolução tecnológica que estamos vivenciando.
Mauro Gomes
, às 8:00 am ResponderEu acho que todas as empresas deveriam ser digital... tudo online é melhor! Eu já estudo programação e agora mais do que nunca sei que estou mais perto dos meus objetivos!
Gilmar Mendes
, às 8:56 am ResponderTambém comecei a estudar a recentemente.
Enzo da Silva
, às 9:00 am ResponderInteressante... eu já estava desmotivado atuando na minha área, mas confesso que achava que aprender uma coisa nova levaria muito tempo. Mas agora penso seriamente em iniciar os estudos em programação.
Victor Hugo
, às 9:23 am ResponderEu tava muito perdido e em dúvida do que fazer... alguns amigos já comentaram sobre programação, e eu achava que precisava estudar anos e anos. Agora to considerando começar meus estudos o quanto antes.
Anninha ❤
, às 10:23 am ResponderEu comecei recentemente e até agora tem sido tranquilo, basta se dedicar.
Fellipe Silva
, às 11:25 am ResponderIsso aí Victor, não desiste. Também decidi a começar a estudar a pouco tempo. Espero conseguir meu primeiro emprego em uns 7 meses. Melhor que Concurso Público, onde fiquei anos estudando e não consegui ser aprovado.
Gilmar Mendes
, às 13:25 pm ResponderVou deixar um link aqui onde estou fazendo o curso de introdução, link aqui, espero ter ajudado.
Diego Souza
, às 14:00 pm ResponderEu busco independência financeira, e pelo que vi sobre os salários estou perdendo tempo por não ter começado a estudar ainda!! O que achei mais interessante foi a baixa concorrência, isso é ótimo!
Mariana Ribeiro
, às 15:48 pm ResponderNossa! E esses salários? Ficaria contente com uns R$ 4.000 por mês, são quase R$ 50.000 por ano! Ahh meu carro zero!
Mateus Corrêa
, às 17:28 pm ResponderEu não entendo nada de Programação! Quem nunca teve contato com isso consegue aprender mesmo sem faculdade?
Gilmar Mendes
, às 10:35 am ResponderO conteúdo é voltado para quem nunca programou antes, você aprende os conceitos básicos como Algoritmos e Lógica de programação, os nomes parecem complicados mas depois você aprende fácil.
Eduardo Soares
, às 12:55 am Responder@Mateus Corrêa, só vai cara! Hoje eu sou programado na Stone Pagamentos, não tenho faculdade. Eles aplicam um teste prático para testar suas habilidades e pronto. Contratado! O salário depende de seus conhecimentos na área.
Mateus Corrêa
, às 2:54 pm ResponderOlá @Gilmar Mendes, Conhece algum lugar que eu consigo fazer algum teste grátis?
Gilmar Mendes
, às 10:35 pm Responder@Mateus Corrêa, conheço sim! Eu sou apprendi na DevMedia, eles anunciam em muitos lugares. Sou Assinante até hoje (2 anos já) e tem muuuuito conteúdo e sempre entrando tecnologias novas no site. Pesquisa no Google por DevMedia e dá uma olhada.
Camila Pires
, às 11:18 pm ResponderMeu namorado é programador, sempre achei aqueles códigos na tela do pc dele super esquisitos. será que eu consigo aprender?
Julianna 👀
, às 9:32 am Responder@Camila Pires, meu namorado também é! Confesso que fico interessada mas acho super complicado aqueles códigos na tela.
Jefferson Cardoso
, às 9:55 am Responder@Camila Pires e @Julianna 👀 não liguem muitos para os códigos e conteúdos avançados. O melhor mesmo é começar por conteúdos básicos como HTML e CSS, depois Lógica e Algoritmos e depois ir para uma linguagem de programação como Java, C# e PHP. Existem plataformas que te ajudam.
Camila Pires
, às 11:18 am Responder@Jefferson Cardoso Obrigadooooo 👏
Valentina Silva
, às 1:37 pm ResponderTrabalho com RH e as empresas estão malucas atrás de programadores, até estou pagando um curso online para meu filho que adora videogame e se interessou por programação.
Gabriel Rocha
, às 4:14 pm ResponderEu tenho 14 anos, existe idade para aprender a programar?
Jefferson Cardoso
, às 9:55 am Responder@Gabriel Rocha que eu saiba não.
Lucas
, às 8:22 pm ResponderVou começar agora